segunda-feira, 28 de junho de 2010

O Mundo Seria Belo Sem Religiões

O mundo seria belo sem religiões. A necessidade constante do homem de aprender a viver em sociedade e adaptar-se às suas mutações da mesma evoca a urgência de se desprender de linhas de vida que lhe foram impostas por escrituras religiosas. O homem nunca precisou de um Deus. Um homem existia sem um Deus. As normas e as ordens impostas pelas ideologias religiosas colocam a sociedade em permanente risco de colapso, pois divergem e, ao mesmo tempo, colidem com os tempos de hoje e de amanhã.

Sem religiões, o homem seria protagonista de um progresso incalculável. Muitas vezes causadoras do agravamento de conflitos e tensões, as religiões agregam grupos de pessoas que recorrem à violência em “nome de Deus”, deturpando e confundindo o valor da palavra “ética”.

Cerca de 80% dos conflitos armados que existem por todo mundo são decorrentes de questões religiosas. São bem conhecidos: o conflito israelo-árabe, a guerra da Bósnia, a guerra na Irlanda do Norte, a guerra do Yom Kippur e mais algumas dezenas, sem falar dos conflitos de menor proporção.

O conflito entre os árabes e os judeus é, sem dúvida, o mais negativo. Segundo o Corão, livro sagrado dos muçulmanos, os judeus são seres sem importância e não merecem confiança. Em que base científica se sustenta o Corão? Em que base filosófica? O que será esta ideia para além de uma valente obstrução ao progresso moral?

Menos expostos estão os casos particulares de conflitos devido às acções “em nome de Deus”. Li, há pouco, não me recordo em que publicação, um artigo que noticiava a morte de uma jovem turca, devido a enterro. O seu pai não consentiu que esta tivesse amigos do sexo masculino. Ajudado pelo seu filho (irmão da vítima), enterraram a jovem de 17 anos no quintal das traseiras. Foi desenterrada, após uma denúncia anónima, pelas autoridades turcas. Marcas de violência, nenhumas: apenas os pulmões e a garganta encontravam-se cheios de terra.

Casos destes não são raros na Turquia, cujo povo é 99% muçulmano. Evoca-se a urgente necessidade (e, automaticamente, responsabilidade) da U.E. em promover o detrimento da “verdade” religiosa em relação à verdade moral e científica nos países que pretendem aderir à U.E. Sublinhe-se que não me oponho à entrada de qualquer país na U.E, mas, para além de imposições económicas e geográficas, os países devem cumprir requisitos sociais e morais e a U.E. deve ter um papel relevante no apoio aos países que não os cumprirem. Esse tipo de pressões de organizações internacionais só funcionará se tiver um estatuto de legal, de obrigação. Isto é, os esforços da ONU (que acabam por não passar de pedidos), por exemplo, não têm sido suficientes para acabar com as amputações de mãos na Arábia Saudita (a pena aplicada a quem rouba).

Saindo um pouco do islamismo, se não existissem religiões, não havia o cristianismo, e sem o cristianismo, não havia Papa, que, horas antes de aterrar nos Camarões, na sua primeira visita ao continente africano, afirmou que os “preservativos não são solução para a sida”, pelo contrário, “só agravam o problema”, optando antes por apelar à abstinência sexual. As declarações do representante máximo de Deus na Terra não parecem lógicas no contexto da visita a África, onde a sida constitui um flagelo humanitário. A afirmação de Bento XVI não seria tão dramática assim se esta não fosse a personalidade com mais seguidores fiéis no mundo.

Contudo, esta crítica não passa de um desabafo: é óbvio que as religiões nunca irão desaparecer, pelo menos num espaço de 2000 anos. A nossa acção, por enquanto, passa pelo esforço de divulgação dos Direitos Humanos proclamados pela ONU, que ainda estão muito longe de ser aceites universalmente. Os Estados desenvolvidos têm, hoje e sempre, a grande responsabilidade de formar moral, cívica e cientificamente os Estados que mais carecem desse tipo de formação.

Se existiu progresso na nossa nação, ensinemos como se constrói o progresso nas nações onde este não existe.

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